terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CPJ divulga lista de jornalistas mortos em 2011

O Comitê de Proteção de Jornalistas divulgou a lista de profissionais mortos nos últimos doze meses de 2011. Pelo menos 43 jornalistas foram mortos em todo o mundo por ligação direta com seu trabalho. O Paquistão é, pelo segundo anos consecutivo, o país com maior número de jornalistas mortos - são sete no total. Iraque e Líbia contabilizam cinco mortes; e o México teve três. Em 2010, foram listados 44 jornalistas mortos em incidentes relacionados ao trabalho.
A pesquisa de 2011 encontrou mudanças significativas nas causas das mortes: o número de assassinatos diminuiu, enquanto o de mortes durantes coberturas em regiões e situações perigosas atingiu o maior nível já registrado. A taxa de mortes de fotojornalistas e cinegrafistas foi duas vezes maior que a média histórica. 16 jornalistas morreram em missões consideradas perigosas, muitos enquanto cobriam confrontos entre manifestantes e policiais nos protestos contra ditadores do mundo árabe, que tiveram início em dezembro de 2010. Foram registrados 19 assassinatos – o menor número desde 2002. Normalmente, assassinatos encomendados são responsáveis por quase três quartos das mortes de jornalistas, mas este ano corresponderam a menos da metade do total. O CPJ chama a atenção para crimes deste tipo em países como Rússia e Filipinas, que têm longo histórico de violência contra a imprensa. Oito morreram em situações de combate, grande parte durante a revolução líbia. Oito jornalistas online foram mortos por ligação com seu trabalho. No Brasil, a CPJ contabilizou apenas duas mortes.

Alguns nomes importantes (Suas respectivas fotos podem ser vista no topo da postagem, seguindo os números indicados)

Ahmad Mohamed Mahmoud (1)
O fotógrafo egípcio foi morto quando registrava um protesto no Cairo, e o cinegrafista do Iêmen Hassan al-Wadhaf, quando cobria manifestações anti-governo na capital Sana. “Jornalistas que trabalham neste ambiente não correm menos perigo do que correspondentes de guerra em conflitos armados”, resume o jornalista Ahmed Tarek, da agência de notícias egípcia Middle East News Agency, que foi atacado por policiais quando cobria protestos na cidade de Alexandria.

Chris Hondros (2) e Tim Hetherington (3)
Os fotojornalistas, vítimas de um morteiro na cidade de Misrata, e o cinegrafista da al-Jazira Ali Hassan, atingido por tiros perto de Benghazi por soldados leais a Muammar Qaddafi. Fotógrafos e cinegrafistas representam cerca de 40% do total das mortes deste ano.

Maria Elizabeth Macías Castro (4)
A mexicana, decapitada na cidade de Nuevo Laredo. Junto a seu corpo, os assassinos deixaram um bilhete anunciando que ela havia sido morta por sua atuação nas mídias sociais.

Mohammed al-Nabbous (5)
Fundador do site independente Libya Al-Hurra TV, morreu quando cobria uma troca de tiros em Benghazi – ele transmitia o áudio ao vivo quando foi atingido.

Gelson Domingos (6) e Edinaldo Filgueira
O cinegrafista atingido por um tiro durante um confronto entre policiais e traficantes no Rio de Janeiro; e a o jornalista Edinaldo, assassinado em Serra do Mel, Rio Grande do Norte.


2011, em relação a 2010, teve somente uma morte a menos. Vamos torcer (e nos enforçar) para que esse número despenque no mesmo período do ano que vem. Pois o jornalismo deve ser feito com paixão, mas também com prudência.

Segue o site do Comitê de Proteção de Jornalistas, onde estão disponíveis todos os nomes de cada um dos jornalistas que morreram em 2011, aqui. Até amanhã!

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