domingo, 18 de março de 2012

20 perrengues na hora de escrever uma matéria

Quer jornalismo com humor? Então estamos falando de Duda Rangel. Está para nascer outro blog engraçado como o dele. Usando temas e termos da profissão, Duda brinca com todo tipo de situação - ou perrengue -, em que os profissionais se metem. Aqui, deixo para vocês a postagem que considero a mais engraçada:

1. Ficar travadão e não saber como começar o texto.
2. Ter que decifrar as letras apagadas do teclado.
3. Apurar outras duas matérias enquanto escreve.
4. Sofrer pra se concentrar, porque a colega ao lado não pára de brigar com o marido no telefone.
5. Sofrer pra se concentrar, porque o Datena não pára de falar merda na TV.
6. A pressão do chefe pra acabar o texto em cinco minutos.
7. O torpedo do(a) namorado(a): “Vai chegar cedo em casa hoje?”
8. Precisar escrever 40 linhas, mas ter informação só pra 10.
9. Precisar escrever 10 linhas, mas ter informação pra 40.
10. Esquecer onde anotou aquela declaração superimportante.
11. O computador que demora séculos pra salvar um texto.
12. A barriga que ronca de fome.
13. Não poder acessar o Facebook enquanto escreve, porque o deadline não deixa.
14. Não ter tempo de checar a grafia correta de “obsessão”.
15. Por que na adolescência eu não acabei meu curso de datilografia?
16. O torpedo do gerente do banco: “Seu cheque voltou de novo. Me liga.”
17. O sono.
18. A angústia de que a “obra-prima” que você está criando pode não ser lida por ninguém.
19. Descobrir lá pela 39ª linha que aquela matéria de 40 (a que você só tinha 10 linhas de informação, lembra?) caiu.
20. A maldita voz do Datena que continua falando merda na TV.

Espero que tenham gostado. Beijos e até a próxima!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Jornal Clarín é condenado a retificar título discriminatório publicado

O jornal Clarín foi condenado pela Justiça argentina a retificar o título de uma matéria publicada em 2009.
O texto entitulado “A fábrica de filhos: concebem em série e ganham uma pensão melhor do Estado” dizia que mulheres pobres tinham filhos para receber subsídios.
O título foi considerado ofensivo e, por essa razão, o Clarín deve se retificar. De acordo com o Portal Vermelho, a Justiça argentina considerou que o texto denota “um conteúdo tendente à discriminação e violência psicológica, sexual, simbólica contra a mulher difundindo uma imagem estereotipada que atenta contra sua liberdade reprodutiva”.
As deputadas nacionais Diana Conti e Juliana Di Tullio e a congressista María Teresa García são as responsáveis por apresentarem a ação contra o Clarín. Na opinião delas, o jornal praticou “uma clara violência midiática contra as mulheres”. Ao mesmo tempo, era “uma prática discriminatória, ao estigmatizar um grupo social – mulheres pobres – como incapazes para decidir livremente a concepção de um filho ou dispostas a procriar a fim de obter uma prestação social do Estado”.
A sentença diz que “reduzir o ato de ter filhos a um desejo de subsídio é menosprezar a mulher e desnaturalizar sua condição biológica, bastardear sua condição de mulher até sua máxima expressão” sendo a intenção do editor a de “inclinar a percepção para o sentido mais pejorativo, predispondo o leitor a uma visão desqualificadora e discriminatória, beirando a marginalidade e o menosprezo em relação a estas mães, tentando gerar um clima adverso a elas”.
Em resposta a uma carta de leitores na época da publicação da matéria, o Clarín reconheceu que o título havia sido "infeliz". Por isso, os advogados do jornal consideram o pedido da Justiça "exagerado".
O Clarín deverá fazer sua retificação em um dia que tenha igual tiragem de exemplares daquele em que foi publicada a matéria questionada e também em seu site.

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Amores meus, sei que ando sendo a pior blogueira do mundo. Mas para tanto, tenho um justificativa: agora, além de estudante de jornalismo, também sou estagiária em uma empresa de comunicação denominada Agência Palco. Minhas funções são variadas em frente à Palco. Está sendo uma ótima experiência de amadurecimento, até porque esse é meu primeiro trabalho nesses 20 anos.
Agora que vi que é possível estudar, trabalhar e ter uma vida normal, prometo que farei mais postagens por aqui. Não digo todo dia quanto antes, mas na medida que a cansaço permitir.
Beijos e abraços para todos. É muito bom estar de volta!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Geneton Moraes Neto, o zapeador

O jornalista Geneton Moraes Neto não tem frescura na hora de assistir à televisão. Vai do "Pânico na TV" ao desenho "Bachyardigans", passando por alguns de seus favoritos, como a série "The office" e o reality "Chegadas e partidas". O pernambucano de 55 anos se define como um homem da imprensa escrita parcialmente adaptado à TV. Atualmente, faz entrevistas para o "Dossiê Globo News" e está na equipe de criação do novo programa de Fátima Bernardes na Globo.

O GLOBO: Qual é a sua a primeira lembrança televisiva?
GENETON MORAES NETO: quando criança, via “Além da imaginação”. Não deveria. Ia dormir morrendo de medo de que um daqueles personagens – em geral, mortos que voltavam de outra dimensão – reaparecessem de repente no meio da madrugada, naquela rua do bairro da Torre, no Recife. Jamais perdia um episódio de “O fugitivo”. O Dr. Richard Kimble, médico que passava a vida fugindo de cidade em cidade para tentar escapar da acusação injusta de ter matado a mulher, era ídolo absoluto. Adulto, comprei DVDs das duas séries. A gente passa a vida procurando – em vão – reconquistar o paraíso perdido.

O GLOBO: O que falta na programação?
GENETON: Eu gostaria de ver – quem sabe, numa madrugada – um programa jornalístico que tratasse de temas que a TV aberta descartou nos últimos tempos.

O GLOBO: Cena mais marcante que lembra de ter visto na TV.
GENETON: Minha lista não difere dos clássicos: a morte de Kennedy, os astronautas na Lua, os aviões do 11 de Setembro. Uma cena marcante que vi aos quatorze anos – quando passava férias na casa de tios, no já remotíssimo ano de 1971 – teve a TV como “personagem”: enquanto a televisão transmitia imagens de astronautas da Apollo 14, a cozinheira dispensou intermediários e foi para a janela observar diretamente a Lua. Guardei aquela cena: uma mistura de comovente ingenuidade com sincera curiosidade. A propósito: um dos primeiros “choques de realidade” quem me deu foi a TV: quando tinha exatamente dez anos, fui chorar escondido no quarto, depois de ver no “Repórter Esso” que Walt Disney tinha morrido. Pronto. Falei.

O GLOBO: Gosta de séries?
GENETON: A versão original de “The office” é genial. Tudo ali deu certo. Rick Gervais é gênio: cínico, politicamente incorreto, provocador, naturalmente engraçado. Sou anglófilo em matéria de humor e de imprensa. Ninguém faz humor como os ingleses. E ninguém faz TV (nem jornais) como eles, com as exceções de praxe. Das brasileiras: "O auto da compadecida", dirigida por Guel Arraes, é tudo o que uma teledramaturgia brasileira pode ter de bom.

O GLOBO: Que atração você não perde?
GENETON: Sou o clássico zapeador. Passo sempre pela Globo News para ver se o planeta sofreu algum abalo ou para ouvir algum entrevistado interessante. “Chegadas & Partidas”, com Astrid Fontenelle, no GNT, é excelente, sem pieguice. É programa para ver sem ninguém por perto. Porque é chororô na certa. Pronto. Falei. Gosto do “CQC” desde que começou. O clima no “Esquenta” é sempre fervente. Quando posso, não perco o “Late show” com David Letterman. “Altas Horas” vale a vigília. Jô Soares é uma parada quase obrigatória. Marília Gabriela é uma boa entrevistadora. Sempre passo pelo Canal Brasil. Os silêncios de Paulo César Peréio entrevistando são ótimos. E devo ter me esquecido de outros tantos.

O GLOBO: E não vê de jeito nenhum?
GENETON: Corrida de cavalo. Leilão de joia. Partida de golfe. Pregação religiosa, seja qual for. Não há qualquer motivo especial: é por pura preguiça. Ou alguma idiossincrasia. Mas, a princípio, não me recuso a ver nada. Vejo programas como aqueles do NGT em que apresentadores fazem os trejeitos e a empostação de Silvio Santos, com bailarinas desajeitadas fazendo caras e bocas para a câmera, cenários toscos, “atrações” que dublam os números musicais... Imperdíveis.

O GLOBO: Programa que você adora e que ninguém imaginaria.
GENETON: Como passo por quase tudo, eu mesmo não me surpreendo com as paradas que faço. De qualquer maneira, se eu parar no momento em que o Freddie Mercury Prateado tenta fazer o segurança rir, no “Pânico na TV”, fico por ali. Se estiver passando “Backyardgans” e Beatriz (neta de quase três anos) e João (neto de quase dois) estiverem por perto, vejo até o fim. O olhar atento dos dois vale mais do que qualquer outra coisa.

O GLOBO: Qual foi a entrevista mais memorável que você fez na TV?
GENETON: Reportagem é a única coisa que me interessa no jornalismo desde que comecei, aos dezesseis anos de idade. É assim até hoje, aos 55, quando faço contas para bater em retirada. Assim, caminhei pelo cais de onde saiu o Titanic, em companhia da mais jovem sobrevivente do naufrágio, Milvina Dean. Tive a chance de entrevistar o promotor britânico que, no Tribunal de Nuremberg, mandou para a forca os maiores criminosos de guerra nazistas. Duvidei da confissão de inocência que ouvi do homem que matou o herói negro Martin Luther King. Não vou me esquecer dos relatos que ouvi de quatro astronautas que pisaram na Lua. Faz pouco tempo, tive a chance de entrevistar, simultaneamente, dois Prêmios Nobel: o ex-presidente Jimmy Carter e o arcebispo Desmond Tutu. Isso acontece uma vez na vida. Fazer jornalismo pode ser simples: é ver, ouvir e passar adiante – da maneira mais fiel e mais interessante possível. Ou seja: produzir memória. É o que tento fazer.

O GLOBO: E qual foi a mais difícil?
GENETON: As entrevistas com os generais Newton Cruz e Leônidas Pires Gonçalves, feitas para a Globo News, tiveram momentos difíceis, porque, várias vezes, eles me “devolviam” perguntas – eventualmente, em tom irritado. Nem sempre respondi, porque meu papel, ali, não era o de fazer “discurso”, mas o de ouvi-los, para levar ao público o que duas figuras importantes do regime militar tinham a dizer. Repórter não pode ser militante. O maior pecado que um jornalista pode cometer é exercer patrulhagem ideológica na hora de entrevistar alguém ou de tratar de um assunto. Quer ser militante ou patrulheiro? Inscreva-se num partido político.

O GLOBO: Quem você gostaria que te entrevistasse?
GENETON: Um dos outros mil pecados capitais de jornalistas é o fato de se julgarem mais importantes do que realmente são. Em geral, a pretensão descabida resulta em cenas risíveis. E seria “pretensioso” eu escalar um entrevistador. Feita esta ressalva, quero dizer que acho uma empulhação esta história de que “jornalista não é notícia”. Já li centenas de matérias interessantes sobre jornalistas. Para aprender, eu leria uma entrevista de duzentas páginas de Elio Gaspari. Por que não? Fiz uma entrevista de vinte horas com Evandro Carlos de Andrade, ex-diretor de jornalismo da TV Globo. Tinha o que contar. Por que não? Devolvo, aqui, a gentileza que meu amigo Pedro Bial me fez, nesta mesmíssima seção, ao dizer que me escolheria como entrevistador e entrevistado.

O GLOBO: E quem ainda falta entrevistar?
GENETON: A lista daria para encher um catálogo telefônico. Mas – de cara – adoraria ter a chance de entrevistar George W. Bush e Fidel Castro. São dois grandes personagens jornalísticos. Sem patrulhagem ideológica, eu teria uma enorme lista de perguntas para fazer a cada um dos dois.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Erros nos jornais

Os erros jornalísticos são cada vez mais comuns de se encontrar nos textos de jornais, revistas e demais meios. Muitos leitores alegam que isso é uma "falta de respeito" com o comprador do jornal. Já as editorias confirmam que é bem complicado escrever os textos, devido a grande pressão que existe dentro do jornal. Justificativa vai, justificativa vem, nada impede que esses erros sejam engraçados e, de certo modo, nos divirtam um pouco. É o caso desses dois exemplos que seguem: um do jornal Metro e outro de A gazeta. Mais dois erros para a nova série "Eu erro, tu erras, ele erra..."



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Quando eu falo...

Andam rolando na internet montagens de como funcionam as principais profissões em diferentes pontos de vista. E não demorou muito para surgir as de jornalista e da produção. Aqui vão as que encontrei...




7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo

A sétima edição do congresso anual da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo já tem data para acontecer: será nos dias 12, 13 e 14 de julho de 2012. As inscrições serão abertas em março, e poderão ser feitas pela internet.
Pelo quarto ano consecutivo o evento será uma parceria com a Universidade Anhembi Morumbi. A edição de 2012 do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo acontecerá no campus Vila Olímpia da instituição.
A programação do 7º Congresso da Abraji já está sendo desenhada e incluirá painéis sobre cobertura do crime organizado e corrupção, de eleições, de administração pública, de obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas, entre outros.
Toda a programação estará disponível em breve no site da Abraji. Siga nossa conta no twitter (@Abraji) e acesse nossa página no Facebook para acompanhar as novidades. Os melhores momentos do último Congresso podem ser conferidos no blog elaborado pelos estudantes do projeto Repórter do Futuro, da Oboré.
Os associados à Abraji têm descontos significativos na hora de fazer a inscrição no Congresso. Mais informações sobre as vantagens de ser sócio da Abraji você encontra aqui.
Não deixem de se inscrever. Até amanhã.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Dois jornalistas mortos na Síria



Mais uma da lamentável série "Assassinato de jornalista". As vítimas foram Marie Colvin e Rémi Ochlik, de 50 e 28 anos, respectivamente, aumentando para cinco o número de profissionais mortos nesse ano. Os correspondentes foram alvos de artilharia na cidade sitiada de Homs. "Este é o pior conflito que eu já cobri", relatou Marie à rede de TV CNN, ontem, direto da cidade de Homs, na Síria.
Três horas depois, a veterana em coberturas de guerra morreria em um ataque da artilharia síria, ao lado do fotógrafo francês Rémi Ochlik.
Ambos estavam em um centro de imprensa improvisado no bairro de Baba Amr, com outro colegar de profissão que também se feriram, mas sobreviveram. As mortes são, paradoxalmente, uma perda para o jornalismo e uma vitória para a verdade. O regime do ditador Bashar al-Assad não cansa de repetir que não está atacando civis e que não há conflito em curso no país. O ataque revela o contrário: o governo mira também a população.
Rémi Ochlik é fotógrafo e fundador da agência IP3 Press, era, segundo seus companheiros, um profissional de grande talento e um apaixonado por seu ofício. Ochlik ganhou o World Press Proto 2012 por suas fotos na Líbia. Em 2008, havia trabalhado na República Democrática do Congo. No ano passado, ele cobriu a Primavera Árabe e foi testemunha das revoluções na Tunísia, no Egito e na Líbia. Embora jovem, já era veterano em coberturas de risco.
Marie Colvin era uma renomada repórter de guerra do jornal britânico Sunday Times, cujo tapa-olho simbolizava o compromisso com seu ofício: uma marca da cobertura da guerra civil no Sri Lanka, em 2001, que lhe tirou parte da visão. Apaixonada pelo trabalho, era reconhecida pela coragem e persistência. Nascida nos Eua, mas vivendo em Londres, cobriu durante três décadas de carreira alguns dos conflitos mais sangrentos da atualidade.
O site do Sunday Times fez uma série de reportagens em homenagem à Marie, mas só pode ser acessado pelos assinantes. Site, aqui. Já o portal do IP3 Press não se pronunciou sobre o problema. Acesse, aqui. Vale dar um conferida nas excelentes fotos tiradas pelo Rémi.